quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Prefeitura quer usar R$ 1 bi do boom imobiliário para construção da Linha 20 - Rosa que vai ligar Lapa e Moema

A linha 20 - Rosa terá 12,3 quilômetros de extensão e ligará a Lapa, na zona oeste, a Moema, na zona sul. No cronograma do Metrô, o ramal é previsto para meados de 2025, mas a linha pode ser antecipada graças a um interesse da Prefeitura de São Paulo, que usaria o dinheiro do boom imobiliário da região da Avenida Brigadeiro Faria Lima, na zona sul, para investir pelo menos mais R$ 1 bilhão na linha.


O Estadão antecipou uma série de informações que já eram conhecidas nos fóruns de "ferro-fans". A linha 20-Rosa faz parte do Plano Expansão 2020 do Metrô. O estudo projeta o sistema com até 161 estações de metrô na Região Metropolitana - hoje são 62 - e ampliação dos atuais 70,6 km para 184,2 km de linhas. A previsão de investimento estadual na rede é de R$ 27,4 bilhões até 2015.


Projeções iniciais mostram 14 estações da linha 20, espalhadas pelas zonas estritamente residenciais próximas da Praça Panamericana e por toda a extensão da Faria Lima. No mapa do Metrô, é possível ver que a futura linha tem tudo para ser polêmica, uma vez que passa por áreas valorizadas, como Jardim Europa e Jardim América.


Segundo a reportagem, o dinheiro da Prefeitura viria das contrapartidas pagas pelo mercado imobiliário da região da Operação Urbana Faria Lima para construir prédios acima do limite da lei de zoneamento. Como o Estado revelou há duas semanas, o prefeito Gilberto Kassab (sem partido) enviou um projeto à Câmara Municipal que prevê a emissão de mais 500 mil Certificados de Potencial Construtivo (Cepacs), títulos que permitem a construção de edifícios mais altos. Esses papéis devem render cerca de R$ 2 bilhões aos cofres públicos - no último leilão da operação, em 25 de maio de 2010, cada Cepac foi comercializado por R$ 4 mil, valor considerado baixo, pela demanda do mercado. Parte do valor arrecadado deve ir para a Linha 20 do Metrô, já que, por lei, esse dinheiro deve ser aplicado no perímetro da Faria Lima.


"Temos um sistema de transporte público que precisa ser aprimorado naquela região e estamos conversando para conseguir acoplar o desenvolvimento dessa linha à Operação Urbana", disse o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem ao Estadão.


Outra alternativa que aumenta as chances de o ramal sair mais cedo é o interesse de investidores privados em fazer uma Parceria Público-Privada (PPP), mesmo modelo utilizado na Linha 4-Amarela. Segundo a reportagem apurou, a Prefeitura também articula essa possibilidade com o governo estadual.


O software de simulação de demanda do Metrô detectou que o novo ramal teria uma demanda diária média de 600 mil pessoas. "Nós achávamos que essa linha retiraria passageiros da Linha 9-Esmeralda de trens, que passa pela Marginal do Pinheiros. Mas isso não aconteceu, pois a demanda para essa nova linha é fortíssima", afirmou o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes. No futuro, a Linha 20-Rosa deve ganhar ainda uma extensão de 10,7 km até o bairro de Rudge Ramos, em São Bernardo, com mais sete estações.


De Via Trolebus, com as informações de Estadão

2 comentários:

  1. Não sei se é justo ou não, mas priorizar Metro via PPPs onde o poder aquisitivo é maior no mínimo assusta: como ficam as regiões "menos atraentes"? O ramal a Rudge Ramos parece mais abrangente e prioritário para a RMSP.

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  2. Mas será possível que a Prefeitura não consegue pensar em uma única obra de interesse público sem trazer algum (grande) benefício ao mercado imobiliário? Primeiro, promete construir novas creches com a venda de terrenos públicos para grandes construtoras onde já funcionam serviços de interesse da população como um todo, agora essa promessa de só investir no Metrô se o mercado puder construir ainda mais prédios que tornam a cidade mais densa e caótica...
    É o fim da picada...

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