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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Atalhos para aprovação ambiental poderiam acelerar obras de Metrô

Com todos os investimentos previstos pelo governo, a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) quer chegar até 2020 transportando 9,3 milhões de passageiros por dia. Hoje, esse número chega a 3,7 milhões. Em participação no transporte coletivo da Região Metropolitana, a companhia quer aumentar sua fatia de 18% para 30%.


Nestes estudos, a companhia também aponta que sua expansão traria em 2020 benefícios sociais para São Paulo da ordem de R$ 13,92 bilhões por ano. Se as novas estações de fato forem concluídas, os moradores da Região Metropolitana economizariam R$ 3,3 bilhões em combustíveis e R$ 5,6 bilhões com a redução do tempo de deslocamentos. O número de acidentes viários também diminuiria, de acordo com o Metrô, o que faria as pessoas economizarem R$ 400 milhões. 


Mas, as grande dificuldades para a construção de novas linhas estão no processo de licitação. Foi exatamente isso que o presidente da companhia, Sergio Avelleda, afirmou nesta terça (13) na abertura da Semana de Tecnologia da Aeamesp - Associação de Engenheiros e Arquitetos de Metrô - em São Paulo. Avelleda defende a criação de um atalho, ou “fast track”, para a aprovação ambiental de projetos ferroviários urbanos por conta dos benefícios gerados para o meio ambiente pela construção de linhas de metrô e trens metropolitanos. “Quem faz a conta dos prejuízos ambientais causados pelo aumento na produção de automóveis no Brasil? Por que não existe um reconhecimento explícito das vantagens ambientais das obras ferroviárias?”.


Do lado institucional, além da questão ambiental, “a Lei de Licitações a que estamos submetidos é de 1993. Ignora a existência da internet, o que atrasa todos os processos”, disse. Do lado político, as organizações metroferroviárias precisam estabelecer alianças com as prefeituras, os planejadores urbanos, a classe política e o governo Federal.


“O doutor Plinio Assman (ex-presidente do Metrô, presente no auditório) costuma dizer que quem faz política de transportes no Brasil não é o ministro dos Transportes, mas o ministro da Fazenda, que reduz o IPI e inunda as ruas de automóveis e caminhões. Precisamos nos articular. Também de pouco adianta o enorme esforço de investimento que estamos fazendo se as cidades e os seus planejadores não pensarem em descentralizar os empregos, tirando as empresas do centro da cidade  e levando-as para a periferia”, acrescentou.


Estamos diante de uma janela de oportunidade que não vai durar para sempre. Hoje, não faltam recursos para investimento no governo Federal e nos governos estaduais. Se não formos mais rápidos nas licitações, na elaboração de projetos e no aproveitamento dos recursos existentes a oportunidade vai passar e vamos continuar diante das mesmas questões. Um país se torna desenvolvido não quando compra mais automóvel e televisão, e  sim quando se dota de infraestrutura”.


De Via Trolebus, com as informações de Revista Ferroviária

Um comentário:

  1. Argumentos de Avelleda são válidos e proativos, principalmente comunicação nas licitações.

    Mas não explicam lentidão das obras por falta de entrosamento do planejamento com tantos outros concessionários de serviços públicos, no solo e subsolo.

    Nem as "novelas" habituais nas librações de recursos que, como sempre se soube, são produzidos exatamente onde mais se precisa de Metro pesado/enterrado.

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