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quarta-feira, 20 de julho de 2011

Começa a funcionar a ciclorrota, mas alguns motoristas não aprovam

A primeira ciclorrota da capital paulista começa a funcionar hoje na zona sul. Vai percorrer os bairros do Brooklin, Chácara Santo Antônio e Jardim Cordeiro. Ao todo, são 15 quilômetros ligando os Parques do Cordeiro, na Avenida Professor Vicente Rao, e Severo Gomes, perto da Avenida Santo Amaro, à Avenida Jornalista Roberto Marinho. A sinalização foi concluída ontem pela Secretaria Municipal dos Transportes e inclui logotipo de bicicletas no solo e placas e faixas informando sobre a existência da ciclorrota e alertando os carros.


Diferentemente das ciclovias, onde o tráfego das bicicletas é segregado, a rota das bikes consiste em uma via compartilhada que funcionará 24 horas por dia. Mas, o novo serviço nada mais é uma forma que a Prefeitura encontrou para cumprir o artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro, que prevê preferência para bicicletas em TODAS as vias públicas.


O limite de velocidade é de 30 km/h nessas ruas, eminentemente residenciais. A exceção ficará por conta das Ruas Alexandre Dumas e Verbo Divino, onde o limite será de 40 km/h. Não estão previstos radares.


Cinco motoristas de automóveis forem entrevistados pelo Estadão, na qual foi extraídos dados para esse post. Todos eles, claro, condenaram a iniciativa. O temor é que a disputa por espaço será semelhante à que já existe entre carros e motos. "Lugar de bicicleta é na praia. E 30 km/h para carro é o mesmo que ficar parado", resumiu o vigilante Dalço Alves, de 47 anos, que vai diariamente ao Brooklin de carro. A opinião é semelhante à do empresário Miguel Souza, de 40, morador do bairro. "A ideia é boa, mas acho difícil funcionar com a quantidade de automóveis que há na cidade." Taxistas se mostraram pessimistas em relação aos horários de pico, quando diversas ruas do trajeto, entre elas a Alexandre Dumas, ficam travadas. A Secretaria dos Transportes informou que o tráfego menor e menores inclinações das vias foram levados em consideração para a definição do percurso.


Lamentamos a mentalidade destes motoristas que insistem em pensar apenas no transporte individual e poluidor.


Na contra mão, outro municipe entrevistado pelo Estadão, o garçom Elivelton Campos, de 19 anos, diz que o serviço poderá ser importante para que motoristas se lembrem que "os ciclistas existem e têm os mesmos direitos". "Mas acho difícil que respeitem o limite de 30 km/h."


André Pasqualini, da ONG Ciclo BR, afirma que "a iniciativa é boa". "É um eixo entre bairros que leva em conta ruas arborizadas, com menos tráfego." Segundo ele, fazer uma ciclorrota é tornar oficial algo que os ciclistas já faziam informalmente, que era indicar no asfalto um eixo.


Para Pasqualini, a iniciativa reforça a conscientização sobre direitos dos ciclistas. A exemplo da região do Brooklin, também deverão receber ciclorrotas o centro e Moema (zona sul). A Prefeitura prepara ainda um mapa de rotas com trajetos mais convenientes para quem está sobre duas rodas. 



Renato Lobo é Técnico em Transporte Sobre Pneus e Transito Urbano.

2 comentários:

  1. Esperamos que a ação se estenda LOGO aos bairros da periferia da cidade.

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  2. 30 km/h é parado... esse depoimento realmente é uma pérola... O nobre motorista deveria bater na mãe dele à 30 km/h.

    O grande erro da prefeitura foi deixar que os meios de comunicação desse à entender que a velocidade nas vias foi reduzida. Na verdade foi apenas melhor sinalizado o que já diz o CTB.

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